segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Patrícia se inspira no folclore para criar roupas divertidas

Patrícia com os filhos Pedro e Artur
Patricia Fagundes é aquele tipo de mãe empreendedora que confeccionou suas primeiras peças para si mesma, porque não se satisfez com produtos disponíveis no mercado. A mãe de Pedro e Artur fez os lençóis e pijamas dos filhos, porque não encontrava nada de que gostasse. “Tive a ideia de criar a marca a partir da dificuldade em encontrar pijamas que me agradassem e fossem igualmente confortáveis para os pequenos. Comecei a desenhar algumas peças para eles. Pensei em satisfazer minhas próprias expectativas, mas também em proporcionar às crianças uma experiência prazerosa para a hora do sono”, recorda.

Assim nasceu a Forrozinho de Gala. Antes, Patricia trabalhava em uma grande empresa. Mas com a chegada dos meninos, ficou mais explícita a incompatibilidade com aquele modo de vida. Ela via colegas sofrerem com a volta ao trabalho e pensava que não desejava isso para si. “Acho difícil ser feliz sem ter a liberdade de poder acompanhar o crescimento dos filhos e eles crescem muito rápido. A gente precisa aproveitar”, diz.

Hoje, ela consegue conciliar a vida profissional e o cuidado dos filhos. “Aproveitei muito e tive muita sorte em poder parar os primeiros anos e acompanhá-los. Agora, a Forrozinho está crescendo junto com eles e sinto que pude aproveitar as duas coisas”, diz Patricia.

A liberdade e a possibilidade de fazer escolhas são o lado bom de empreender, mas a falta de um salário fixo é o lado ruim. “No final do mês, você ganha o que você produz e é difícil ser pequeno no Brasil. Não existe muito incentivo”, explica.

Ainda assim, ela aposta no empreendedorismo materno, como um “movimento de mães em busca de conciliar seus sonhos profissionais e pessoais”. Para ela, uma saída viável para unir as duas coisas, “pois a mulher não precisa copiar o homem para ter destaque e sucesso na vida profissional. Ela não precisa se ausentar da família, mas precisa buscar alternativas em que seja feliz em casa e no trabalho”.

Leia mais sobre a história de Patricia na entrevista que ela concedeu ao nosso blog. Veja contatos de outras mães empreendedoras que participam da nossa campanha permanente “Contrate uma mãe empreendedora”.

Blog EM: Conte um pouco sobre a sua iniciativa: o que é? Como funciona?
Patrícia Fagundes: A ideia surgiu depois que os meninos nasceram. Mas preciso voltar um pouquinho no tempo para explicar melhor a cronologia.
Quando eu trabalhava na Coca-Cola, em paralelo, já tinha um flerte com o mundo dos tecidos e das agulhas. Fazia, em sociedade com uma amiga, toalhas de mesa, jogos americanos, rouparia de mesa e o nome da nossa marca era Forró de Gala. Mas minha sócia casou e mudou-se para Londres. Os meninos nasceram e parei. Planejei com meu marido pedir demissão depois que os meninos tivessem nascido para me dedicar a eles nos três primeiros anos de vida. 
Quando eles entraram para a escola, comecei a ficar com vontade de voltar a trabalhar. Já tinha feito os lençóis e os pijamas deles, pois não encontrava nada que gostasse. Tive a ideia de criar a marca a partir da dificuldade em encontrar pijamas que me agradassem e fossem igualmente confortáveis para os pequenos. Comecei a desenhar algumas peças para eles. Pensei em satisfazer minhas próprias expectativas, mas também em proporcionar às crianças uma experiência prazerosa para a hora do sono. Além disso, mergulhei no universo infantil nestes primeiros anos da vida deles, entrei em contato com lembranças da minha infância, viajei nas origens do folclore brasileiro, nas cantigas, lendas, parlendas e nas brincadeiras. A partir daí, surgiu o DNA da marca que é o folclore brasileiro. 
Toda mãe sabe que levar os filhos para a cama pode acabar virando uma guerra. Pensando nisso, resolvi oferecer para as crianças uma linha de pijamas e camisolas tão confortáveis, quanto divertidos. Cada modelo vem com um brinde e uma sugestão de brincadeira que promete tornar a hora de dormir um momento lúdico e agradável para toda a família. Mas as camisolas começaram a ser usadas como vestidos e um movimento inesperado aconteceu: as mães começaram a comprar as roupas para as crianças desfilarem por aí. Assim, a Forrozinho de Gala passou a ter roupas para crianças de 0 a 10 anos se Divertirem por aí - e também pijamas e camisolas.

Há quanto tempo existe a “Forrozinho” e quantas pessoas fazem a marca acontecer?
A marca Forrozinho de Gala tem dois anos e meio de existência, começamos a vender na Dona Coisinha, multimarcas do Fashion Mall, referência no mercado do Rio de Janeiro, e hoje vendemos em vários estados do Brasil, sempre em lojas diferenciadas. Nosso produto tem como objetivo valorizar a brasilidade através do folclore. Tenho uma assistente que trabalha três vezes por semana aqui no ateliê e os demais profissionais são tercerizados (modelista, confecção, cortadores e costureiras). Além disso, desde agosto conto com uma profissional terceirizada que trabalha nossa comunicação na internet: site, blog e  redes sociais.

Você trabalhava em uma grande companhia... por que você resolveu mudar de trabalho?
Minha mudança de rumo profissional se deve ao fato de quando trabalhava na Coca-Cola, convivi com mães que sofriam muito em ter que deixar os filhos em casa tão pequenininhos e partir para trabalhar, parar de amamentar porque tinham que viajar a trabalho, ver muito pouco os filhos, sair de casa com o bebê dormindo e na volta encontrá-lo novamente dormindo. Não queria isso pra mim, nem me parecia saudável para a relação com os meus filhos. Também não era apaixonada pelo meu trabalho e buscava algo que eu pudesse conciliar melhor com a maternidade e me desse prazer ao mesmo tempo. Acho difícil ser feliz sem ter a liberdade de poder acompanhar o crescimento dos filhos e eles crescem muito rápido. A gente precisa aproveitar.

Como era seu trabalho antes e como é agora?
Eu trabalhava como gerente de produto na área de marketing da Coca-Cola Company. Meu trabalho era interessante, com as melhores agências de publicidade do país, com os melhores institutos de pesquisa. Afinal, a Coca-Cola é uma grande empresa e é muito profissional. Todo o trabalho é muito planejado. As equipes são excelentes, muito bem preparadas, mas o meu perfil não era muito compatível com o mundo das grandes corporações. Eu não adorava.  

Você realizou o que queria quando resolveu empreender?
Ah, eu sou muito feliz na Forrozinho, consigo conciliar bem a vida profissional e o cuidado dos meus filhos. Acho que aproveitei muito e tive muita sorte em poder parar os primeiros anos e acompanhá-los. Agora a Forrozinho está crescendo junto com eles e sinto que pude aproveitar as duas coisas.

Quais as facilidades e dificuldades de empreender sendo mãe?
A dificuldade é se dividir o tempo todo, pois o seu trabalho vai crescer na medida em que você se dedica, e seus filhos precisam de muita atenção também. Fico parte da manhã com os meninos em casa e depois vou para o ateliê, que fica a duas quadras da escola onde eles estudam. Não consigo trabalhar muito bem com meus filhos por perto, mas o carinho, o sorriso, ver o crescimento, as descobertas que eles fazem compensa essa perda de produtividade.

Qual o lado bom e o lado ruim?
O lado bom é a liberdade, seu filho ficou doente você fica com ele, trabalha à noite depois que ele dormir. Hoje, por exemplo, vou chegar mais tarde para andar de bicicleta com os meninos. Enfim, o lado bom é ter a possibilidade de fazer escolhas.
O lado ruim é que não tem salário fixo no final do mês, você ganha o que você produz e é difícil ser pequeno no Brasil. Não existe muito incentivo... Aquilo tudo que todo mundo já sabe.

O que é empreendedorismo materno para você?
É o movimento de mães em busca de conciliar seus sonhos profissionais e pessoais. Também acho que tem relação com a paixão que é a maternidade, a gente se apaixona por aquele mundo em torno dos nossos filhos e quer fazer produtos para eles, para aquele novo universo.

Você acha este fenômeno algo positivo ou negativo para a vida das mulheres?
Acho muito positivo, pois acho que a mulher não precisa copiar o homem para ter destaque e sucesso na vida profissional. Ela não precisa se ausentar da família, mas precisa buscar alternativas em que seja feliz em casa e no trabalho.

É um modo sustentável de conciliar carreira e maternidade?
É sim, embora bem mais difícil.

Que dica daria a quem quer se tornar uma mãe empreendedora?
Faça o que te dá prazer. Procure uma alternativa de trabalho voltada para a sua realização, independente da compensação financeira. Procure algo que te faça feliz, pois só assim é possível persistir.

Gostou do trabalho da Patrícia?
Entre em contato com ela.
contato@forrozinho.com.br
 (21) 2512 4700 / begin_of_the_skype_highlighting            (21) 2512 4700      end_of_the_skype_highlighting

Um comentário:

  1. Cheguei até aqui através do CmpB! Parabenizo a Michelle pela iniciativa de formar um grupo com tantas coisas boas! Sou mãe, tenho um blog para compartilhar minha experiência materna.

    Muito sucesso! Hoje e sempre.
    Marcella

    www.monmaternite.com

    ResponderExcluir