sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Em Sorocaba, Carla criou o Bem Gerar: um polo de mães empreendedoras para o bem estar de outras mães

Carla e sua família
O empreendimento de Carla Arruda pode ser considerado triplamente integrante do movimento de empreendedorismo materno. Além de ser fruto do fenômeno na vida de Carla, o Espaço Bem Gerar, em Sorocaba (SP), é integrado por uma equipe de mães empreendedoras que atendem outras mães em atividades de saúde, bem-estar e humanização do parto.“As mulheres que se envolveram no projeto Bem Gerar estão de parabéns e que eu agradeço muito a disponibilidade de todas a abraçar o projeto; sem elas, nada disso estaria acontecendo”, enfatiza Carla, valorizando o trabalho em equipe de suas colaboradoras. No site, é possível encontrar nome e função de todas. Ela arremata: “preciso agradecer meu marido que é o maior apoiador dessa minha jornada. Ele tem sido um grande parceiro!”.

Conheça um pouco mais sobre o espaço Bem Gerar e sobre a história de Carla na entrevista que ela concedeu ao nosso blog. 

Ficha da empreendedora
Seu nome: Carla Cristina Costa Arruda
Nome e idade do(s) filho(s): Henrique 3 anos e Heloísa (Lilô) 9 meses
Nome da empresa e/ou atividade: Bem Gerar
Telefone: (15) 9707-4707 begin_of_the_skype_highlighting            (15) 9707-4707      end_of_the_skype_highlighting      
website e/ou blog: www.bemgerar.com

Breve descrição do empreendimento
Bem Gerar é um sonho que é gestado desde 2007. Hoje, inaugurando em novembro de 2012, materializou-se em um espaço destinado a gestantes e mães, com atendimentos diversos nas áreas de saúde, bem-estar e também humanização do parto. Toda a equipe é formada por mães que tiveram que refazer a carreira com a maternidade, oferecendo: acupuntura, estética, doula, enfermagem-parteira, fisioterapia pós-parto, yoga, pilates, cursos de preparação para maternidade, fotografia e mais. É um espaço onde as gestantes  e mães com filhos pequenos se sentem em casa. Enquanto a mãe é atendida, há espaço para os bebês serem cuidados e as crianças brincarem. Além disso, há produtos diversos à venda, como slings, roupas, acessórios. 

Um pouco sobre Carla
Eu sou natural de São Paulo de uma família de três irmãos de pais jovens e empreendedores, que me estimularam sempre a estudar e empreender. Sempre me encantei pelo universo materno-infantil. Fiz faculdade de Terapia Ocupacional na Universidade Federal de São Carlos, depois fui para Faro, Portugal, onde estagiei e trabalhei na minha área de formação, além de conhecer o trabalho de uma fisioterapeuta com gestantes (que foi minha inspiração). Voltei para o Brasil após um pouco mais de um ano para morar em Sorocaba-SP junto com meu namorado da época da faculdade (hoje pai dos meus filhos e meu marido). Fiz pós-graduação em Medicina Tradicional Chinesa - Acupuntura  enquanto trabalhava em São Paulo, capital, com crianças com necessidades especiais severas. Mas não estava contente; fiz cursos como de educadora perinatal e doula e larguei meu trabalho para atuar junto com gestantes. Conheci uma grande companheira Letícia Arruda e juntas fundamos o Ishtar Sorocaba, que é um grupo de apoio a humanização do parto (há quatro anos) e mergulhei nesse mundo sem volta. Quando fundamos o grupo estava grávida do meu filho mais velho e isso favoreceu muito minhas escolhas em continuar nesse caminho; ele nasceu em casa, passei a só trabalhar nessa área. Tive minha filha também em casa dois anos e meio depois e já fortalecida com a maternidade, com muitas pessoas acompanhadas, resolvi enfim empreender.

Um pouco sobre a iniciativa
O Bem Gerar começou desde que eu era criança e via os livros dos meus pais onde havia fotos de partos e bebês. Aquilo me fascinava, apesar de saber que não queria ser médica. O Bem Gerar começou com um site em 2007 para colocar informações sobre gestação, parto e desenvolvimento; meu irmão André que fez para mim e comecei a ter um tanto de contatos através disso. Quando engravidei da minha segunda filha, já tinha em mente que havia amadurecido e que tinha que abrir o espaço; fazia muitas atividades através do Ishtar e sentia que precisava de local fixo para atender, receber as pessoas, mas não queria um consultório. As mulheres que eu acompanhava sinalizavam essa lacuna na cidade: lugar que pudessem tirar dúvidas, levar seus filhos, enfim, um local que entendesse mulheres-mães. Em 2012, então, reuni nomes de mulheres que eu conhecia profissionalmente ou que havia acompanhado parto e que tinham interesse, de alguma forma, em trabalhar no projeto e o resultado está sendo de uma rede de mais de 10 mulheres trabalhando juntas para abrir o Bem Gerar. Eu sou a sócia-proprietária, mas todo o negócio é voltado para o ganho de todas: contas abertas, reuniões periódicas, planejamento de marketing e gestão, sempre flexível com a agenda de mulheres-mães. Os filhos são bem vindos no espaço também.
Como era seu trabalho antes e como é agora?
Meu trabalho mudou totalmente: de assalariada de jaleco, para depois profissional liberal e agora empresária com dois filhos. Confesso que hoje trabalho muito mais e bem mais feliz.  
Você realizou o que queria quando resolveu empreender?
Acredito que realizarei a partir de 9 de novembro, quando inaugurarmos. Mas ao mesmo tempo, já me sinto realizada com todo esse movimento de mulheres trabalhando juntas, é lindo de ver!
 
Quais as facilidades e dificuldades de empreender sendo mãe?
A maternidade me abriu a mente e as portas para trabalhar com outras mães, acho que me aproximou delas. Além disso, me motivou, pois senti o quanto é ainda fraco o mercado que atenda as necessidades não-materias das gestantes e mães. Agora as dificuldades também são bem claras: filhos são imprevisíveis e exigem bastante de nós, conciliar horários sendo mãe full time é bem difícil. No meu caso, não tenho ninguém para ajudar, meu marido e eu nos desdobramos para dar conta de casa, trabalhos, projetos  e os dois pequenos... é meio louco. Empreender sendo mãe é melhor e pior pelo mesmo motivo: horários alternativos. 
O que é empreendedorismo materno para você?
É a iniciativa materna em desenvolver algo que se sonha, que por ser algo prazeroso, de escolha, consegue ser conciliado com a maternidade.
 
Em sua opinião, por que as mães optam por este formato de trabalho?
Acredito pela disponibilidade e flexibilidade de tempo. Trabalhar com horário fixo, de carteira assinada também nos faz ter "carteira assinada" e horário para ser mãe. Isso é injusto. Poder alternar horários e acompanhar a vida dos filhos é perfeito. Além disso, fazendo o que se gosta é muito mais fácil e seguro para a mãe dizer tchau aos filhos quando precisa, não?
 
Você acha este fenômeno algo positivo ou negativo para a vida das mulheres?
Eu acho que tem os dois lados e depende muito de como a mulher vê. O lado negativo é se a mulher não se sente segura, as opiniões alheias de "você não trabalha mesmo, você faz umas coisas" pode minar qualquer ânimo; além disso, muitas vezes o retorno financeiro exige um pouco mais de paciência e também questões como fundo de garantia, seguros e etc exigem que a mulher se organize para fazer por conta.Além disso, incorporar o mil e uma utilidades desgasta as mulheres e as vezes não satisfaz nenhum papel que ela desempenha.  Agora como positivo ficaria tempos escrevendo a respeito: oportunidade de realizar sonho, de ser criativa, de fazer o que gosta, de conciliar a vida profissional e a maternidade são uma pequena parte de uma lista de "lado" positivo.
 
É um modo sustentável de conciliar carreira e maternidade?
Sim, creio que é um modo sustentável.
 
Que dica daria a quem quer se tornar uma mãe empreendedora?
Primeiro que ela tenha em mente exatamente o que quer com o seu filho e para sua carreira, assim, é mais fácil se planejar e executar e também que ela abra de tempo com seu filho apenas para algo que ela queira muito.
  

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