domingo, 27 de outubro de 2013

Blogagem coletiva – Maternidade e carreira profissional: como não conciliar essas duas coisas

Leia a convocação do FemMaterna para a blogagem coletiva. Vamos colaborar, contando nossa histórias ou escrevendo depoimentos?

O título é uma provocação: estamos habituados a ler reportagens e matérias partindo do princípio de que é super tranqüilo conciliar carreira profissional e cuidado com filhos. E nós do FemMaterna já sabemos que essa facilidade não existe (ou existe para poucos): conciliar cuidados com filhos e carreira, na maioria das vezes, não é um mar de rosas, e às vezes, é impossível, sobretudo para as mulheres. Já está na hora de questionarmos: devemos nos adequar a esse sistema social que exige tempo e dedicação extrema ao trabalho remunerado e ao mesmo tempo dedicação intensa aos filhos? Como o sistema pode ajudar mães e pais a ficarem mais próximos de seus filhos sem que isso seja um impedimento para suas realizações profissionais e vice-versa?
Selo dia 25 Blogagem Coletiva
Os blogs a seguir participam desta blogagem coletiva, compartilhando suas experiências e opiniões sobre esse tema tão central na vida das mães (e dos pais também).
LEIA, DIVULGUE E, MAIS IMPORTANTE, COMPARTILHE CONOSCO A SUA EXPERIÊNCIA. A BLOGAGEM NÃO TERMINA HOJE E FICARÁ EM DESTAQUE EM NOSSO BLOG.
Do blog da Kika Doula
Sei que, para muitas mulheres, isso não se trata de escolha, e sim de sobrevivência. Sei também que no nosso país, o governo não nos proporciona a possibilidade de estar em casa, de exercemos plenamente nossa maternidade, de amamentar o tempo que gostaríamos, de exercer com dedicação plena o nosso melhor papel.”
Do blog Eu Mamãe da Gabi D’Andrea
Sei que sou uma privilegiada, direito de escolha é coisa rara por essas bandas, assim como apoio da família, do marido/companheiro/pai da criança, da sociedade. Em meus sonhos mais loucos todos teriam direito de escolher, de decidir de viver plenamente a criação de seus filhos. A vida de todas as famílias poderiam se adaptar à chegada dos filhos da maneira como for melhor… Neste mundo ideal nenhuma  mulher se sentiria culpada por não ser aquela mãe da revista, que é bem sucedida na carreira, cuida da casa, faz lanches saudáveis para os filhos, brinca com eles, está sempre linda e tem uma vida sexual de dar inveja aos cinquenta tons de cinza! A responsabilidade pela criação dos filhos seria compartilhada e não jogada como um fardo em cima de uma única pessoa…
Do blog Lia de Lua
“A conjunção entre maternidade e carreira depende de muito mais do que decisões e empenho pessoais. Ela deve envolver, para além da rede de apoio imediata, a comunidade toda. A situação da mãe que exerce trabalho remunerado deve ser objeto da atenção dos governos, da sensibilidade dos empresários e da solidariedade da sociedade como um todo, que deve se abster dos julgamentos de costume.”
Do blog Quitandinha da Sharon Caleffi
Há algum tempo eu estou juntando feminismo com maternidade e conversando com as mães que eu conheço sobre as dificuldades, as opressões, as barreiras, os enfrentamentos e as crianças delas. E nenhuma é igual à outra não, pelo contrário. Apesar de termos dificuldades parecidas, cada uma tem uma forma de lidar com elas, uma forma de ver o mundo, um jeito diferente de cuidar e educar suas crianças.
Nós mães somos iguais apenas para o mundo lá fora.
O que não muda é o julgamento alheio: esse, tá sempre com a gente.
Do blog da Mariana Vilhena
“Então, com as mulheres da minha família, pra mim sempre foi clara a capacidade da mulher e a liberdade de escolha, até eu escolher algo diferente do que é esperado hoje. Aí eu percebi que não somos tão livres assim. Uma mulher grávida com mal-estar hoje é visto como frescura. Lógico, o mercado de trabalho não aceita baixa na produtividade. Então eu penso em todas as mulheres que não trabalham por escolha, mas por sobrevivência. De todas que gostariam de cuidar da casa e dos filhos, mas realmente não podem. E lamento muito, do fundo do coração. É por essas mulheres que luto. Por todas que assim como a minha mãe, estão perdendo momentos preciosos de seus filhos pra poder por a comida na mesa e estão sendo destratadas o tempo todo, assim como eu sou mal-vista por ter escolhido ser mãe em tempo integral. Mas o movimento feminista dizendo como a mulher tem que agir e viver a sua vida realmente me entristece e não me representa. Sempre somos julgadas, escolhendo trabalhar ou não. Mas hoje quem escolhe ser dona de casa enfrenta preconceito de todos os lados.”
Do blog Balzaca Materna da Dani Brito
“O primeiro sentimento que tive ao receber a notícia da (primeira) gravidez foi: vergonha.
A recebi como uma sentença, como uma fatalidade. “Sua vida acabou”, ouvi de várias pessoas e senti o peso de cada uma dessas letras. Não era tão nova, mas sentenciada estava por ter posto meu futuro promissor em risco.
Naquele momento e no ambiente de trabalho opressor, tudo o que eu conseguia sentir era incômodo e inadequação. Sentia-me desnuda aos olhares dos outros. Minha sexualidade nunca foi tão exposta. Estava grávida e isso indicava uma vida sexualmente ativa. A gravidez veio para mim como um castigo.”
Do blog Para Beatriz da Isabella Kanupp
Quando falamos de ficar mais tempo com os filhos, de maternidade e volta com a carreira/vida profissional, pouco vemos o reflexo da nossa sociedade machista. É triste, porque não temos essa discussão sobre a paternidade, porque a maternidade e a paternidade é vista de formas tão diferentes. O filho nasce, logo o homem volta a trabalhar. Não há questionamentos sobre deixar de trabalhar e ficar em casa, sobre a terceirização dessa criança, a responsabilidade é da mãe! Fim!

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